DEGELO NO ÁRTICO: A PASSAGEM NOROESTE ESTÁ ABERTA

Que o planeta estava esquentando, todos da comunidade científica e na mídia estavam de acordo, mas com respeito a velocidade em que isto esta ocorrendo tem sido um espanto para todos. O órgão americano National Snow and Ice Data Center divulgou a poucos dias o seu relatório anual para a quantidade de degelo do hemisfério norte. E apesar de não exceder ao recorde de 2007 chegou bem perto. Pelo segundo ano consecutivo a mitológica Passagem Noroeste ( calota de gelo flutuante que liga os oceanos atlântico norte e pacifico norte pelo Ártico) esteve por quase um mês desimpedida de gelo. Exploradores tem enfrentado esta região inóspita e tentado transpor este obstáculo gelado desde 1497 e somente em 2007 e 2008 são os dois únicos anos que se tem conhecimento de que a passagem esteve livre de gelo.
E ao mesmo tempo a passagem nordeste que atravessa do Atlântico ao Pacifico pela costa da Rússia também esteve aberta em 2008. Isso significa que pela primeira vez que se tem conhecimento o Ártico se tornou uma ilha! Seria possível circundar todo o planeta navegando pelos mares do norte, sem ficar detido pelo gelo, isso até mesmo com um pequeno veleiro. Esta tarefa era até então somente possível a submarinos com grande autonomia. As maiores mudanças observadas foram no mar de Bering aonde um excepcional verão com céu azul e temperaturas amenas foram registradas.
AS IMPLICAÇÕES:
Comparado ao que acontece em um copo com gelo, o derretimento de gelo flutuante não afeta o acréscimo do nível dos mares. O impacto será indireto porem eficaz, pois a substituição de gelo por água influencia a capacidade de refletir o calor que nos chega do sol e com isso gerando ainda mais o desequilíbrio já em processo. Traduzindo em miúdos: as defesas que temos contra o calor do sol estão se extinguindo rapidamente.
É uma cadeia de fenômenos interligados e que muito acreditam ser irreversível mesmo se tomando medidas drásticas no controle de emissões de carbono.
A palavra oficial para o aquecimento global vem do “IPCC Report” de 2007 e não levava em conta estes incríveis dados de 2007 e 2008. O relatório previa para 2100 uma elevação de ate 60cm no nível dos mares. Agora muitos dos cientistas acham que com os últimos dados coletados este nível de acréscimo pode chegar a 2 mts em 2100.
Pode até parecer pouco mas pelo menos 600 milhões de pessoas vivendo em áreas costeiras seriam afetadas na forma de enchentes e no aumento no impacto de tempestades tropicais e furações, teríamos uma extinção em massa de corais e outras centenas de espécies marinhas e os manguezais já tão fragilizados pela devastação estariam diante de tal redução que seriam necessários milênios para a sua recuperação. É a natureza respondendo aos abusos feitos pelo homem. Mas não podemos esquecer que somos nós mesmos parte da natureza e que no entanto estamos agindo como uma praga que destrói o seu próprio habitat!!!



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